Parti completa.
Me reinventando em cada passo.
Parada em meio pra trás, a certo ponto, sem desejar acreditar que tudo que tinha de mais valoroso em minhas mãos havia ficado naquele ponto-sem-restauração num pedaço de passado.
Um pedaço de lembrança, era só disso que lembrava. Milhares de vestígios, de fagulhas, que hoje são poeira no chão novo que piso.
Estou completa.
Agora sem vestígios, sem fagulhas, sem cabecinhas de fósforo pretas me recordando do fogo que um dia existiu.
Fazendo de cada caminho uma maneira diferente de chegar a um mesmo lugar: o incompleto.
Esse mesmo incompleto que me desmoronou, alguns meses atrás, por incrível que pareça transformou-me numa alavanca de maneiras e vontades diferentes de mudar.
Estarei completa.
Mas nunca completamente madura; Essa certeza irrita meu desejo vermelho de evoluir. Sou tão pouco diante de tudo que posso ser, sei tão pouco sobre tudo que quero saber!
Vou então, engolindo o mundo aos poucos. Bem devagarinho, deixando passar pela garganta os pedaços de quem eu já fui e respirando tudo que ainda posso ser.
Completa, parti, sem no entanto saber onde chegarei incompleta o bastante pra nunca deixar de aprender.




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