Sou canto de página em folha em branco, sou canto de pássaro mudo.
Sou deserto de concreto em campos de flores.
Sou rangido de piso de madeira duro, sou rabiscar de lapiseira.
Sou atraso do meu próprio horário, ponteiro de um relógio inexistente.
Sou o que preciso dizer e escrevo,
sou o que escrevo sem significado.
Sou o não significado, insignificante.
Sou jovem mas tenho séculos dentro de mim
Sou fogueira de catedral onde devoto nenhum se aquece
Sou uma espécie de estacionamento permanente:
as coisas em mim param, cansam-se de andar e permanecem ali, pelo sempre.
Nunca tive placas de saída.
como seria se eu ilustrasse meus pensamentos?
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