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By  bomdiathams     terça-feira, julho 28, 2009     
Me acomodo no desejo de esperar
Espero uma abertura do amor
Em condição de se rasgar


Se subo ao topo... Desespero e sorrio
Contemplo um adeus de um eterno vazio
Sempre que posso me alerto sobre o perigo de cair
E se escuto é porque estou surda
E se falo quero estar muda.

Do que me deu a distância além da vontade de medir?
Um ponto de partida onde não há como partir

Ficarei, e forte
Sem garrafas no fundo da geladeira
Aprisionando fotos sem movimento
Jogando no ar o que fora só sentimento

E ainda sim, o preto e branco parece me enganar
Eu sei de mim
Só não sei por quem esperar
Eu sempre sei algo sobre mim

Sei do risco de estar sobre um corpo
Há alma e amor, mas é tudo muito pouco
Sei que procurar a solidão é fuga
Ainda sei um pouco mais
E procurar entreter seu coração não cabe a mim

Não lhe prometo uma obra sem antes prometer uma desconstrução
Não farei um filme se não for real
O estrangulo será refugiar o coração

E ainda assim eu peço para realmente não se aproximar
Fique no seu eterno universo, somente seu
Aprendi a esperar a incerteza do que serei eu
Por isso me aproximo e digo que nunca virão
Amanhã eu logo sumo com algo pulsando nas mãos

Porque desde que me conheço por gente
Passei a conhecer também a iminente
Condição de ser para sempre e só...
ser para sempre só.

Sobre bomdiathams

Escrevo porque não sei lidar. Por isso sou tentativa, despedida, impossibilidade que termina em tempestade. Escrevo porque não me resta alternativa se não derramar. Escrevo pra me livrar, ser um dia livre - e inconstante, como todas as minhas nuvens. (Jornalista, militante e capitã da areia.)